A cultura do vinho sempre esteve enraizada em tradições e técnicas específicas, que refletem o carácter único de cada região produtora. O solo, o clima, as castas, a posição geográfica das vinhas, todos estes fatores influenciam no resultado dos vinhos, fazendo com que cada um revele o seu terroir de origem. Uma maneira de preservar essas características distintivas é através da Denominação de Origem Controlada (DOC), um sistema extremamente relevante na indústria vinícola, responsável por proteger e valorizar os vinhos.
Vinhos DOC
A Denominação de Origem Controlada é um sistema de certificação utilizado para garantir a autenticidade e a qualidade de determinados vinhos, sendo uma classificação que assegura que um determinado vinho foi produzido numa região específica, a partir de castas provenientes desta mesma região e seguiu, no seu processo de produção, práticas vitivinícolas tradicionais com base numa legislação própria.
No século XVIII, o Marquês de Pombal, o mesmo que demarcou a região do Douro como sendo a primeira região do mundo delimitada para a produção de vinhos, criou um método de controlo que, com o passar dos anos, evoluiu para a classificação DOC. Esta técnica de controlo possibilitou uma maior fiscalização dos vinhos, principalmente nos Vinhos do Porto, que na altura, deixou de provocar adulterações. Com isso, ao estabelecer o selo DOC, evita-se a apropriação indevida e a falsificação dos vinhos, garantindo que apenas os produtores que atendem aos critérios estabelecidos podem utilizar o nome de denominação nos seus rótulos, afirmando a sua procedência e qualidade. Desta forma, com a criação de Marquês de Pombal, Portugal torna-se o criador da Denominação de Origem Controlada.
Ao estabelecer estes critérios, o sistema DOC tornou-se altamente prestigiado e responsável pela preservação da tradição e do terroir, ou seja, a expressão única do solo, clima e tradições de uma região, da mesma forma que veio auxiliar na garantia de levar ao consumidor vinhos autênticos, enquanto valoriza toda uma herança cultural e histórica.
Outro aspeto importante é a garantia de um controlo rigoroso sobre a produção. Esta certificação estabelece normas detalhadas para a viticultura e enologia, como os tipos de uvas permitidos e os mínimos períodos de envelhecimento. Neste caso, as práticas tradicionais possuem elevada relevância para o resultado do vinho, uma vez que os vinhos se tornam fiéis à sua identidade, com características organoléticas únicas.
Além destes fatores, a DOC desempenha, ainda, um papel importante na promoção do enoturismo. As regiões vitivinícolas com esta certificação tornam-se autênticos destinos para os amantes dos vinhos que procuram explorar e apreciar a diversidade de sabores e aromas fornecidos por cada terroir. Em Portugal, as nossas regiões como o Douro, o Dão, a Bairrada e o Alentejo, por exemplo, são regiões certificadas com o selo DOC, sendo que cada uma destas regiões possui as suas próprias características distintivas e tradições vinícolas. Tal fator proporciona aos visitantes uma ampla gama de vinhos com personalidades únicas.
Um ótimo exemplo de conhecer mais sobre como os vinhos DOC são únicos é explorar as nossas indicações. O nosso Pacheca Reserva Vinhas Velhas Tinto 2020 Douro DOC é um verdadeiro tesouro. Na boca, revela boa intensidade aromática, sendo um vinho muito complexo e com notas elegantes de chocolate e frutos pretos, como mirtilo e amora. Além disso, é muito equilibrado e com taninos presentes, tendo um final longo e persistente.
Outra ótima sugestão é o Pacheca Superior Tinto 2021 Douro DOC, um vinho único que apresenta uma intensa cor rubi jovem. Na boca, revela-se com aromas frutados e notas fortes de amoras e ameixas, equilibrando-se perfeitamente com notas de chocolate provenientes das barricas. Este vinho destaca equilíbrio e taninos redondos presentes, bem como um final persistente, uma ótima opção para descobrir a essência do Douro.
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Vinhos DOP
Por outro lado, a Denominação de Origem Protegida (DOP) é responsável por assegurar que um vinho foi produzido numa região geográfica específica e que atende a critérios de qualidade estabelecidos. Neste caso, diferente da Denominação de Origem Controlada, a DOP é uma classificação que garante que as características de um vinho ou produto dependam, na sua esmagadora maioria, da região em que são produzidos, fazendo com que toda a produção se centre nesta mesma região.
Neste caso, as nossas indicações centram-se no Dão, sendo possível desfrutar dos nossos vinhos distintivos e únicos da Caminhos Cruzados. A começar pelo Caminhos Cruzados Tinto Alfrocheiro Dão DOP 2016, um vinho oriundo da casta Alfrocheiro, responsável por apresentar uma frescura aromática e ótima capacidade de evolução em garrafa. Além disso, este vinho distingue-se pela sua variedade de aromas e pela combinação equilibrada entre um volume e uma estrutura de grande delicadeza. Este vinho, harmoniza-se perfeitamente com assados e até mesmo com o emblemático bacalhau.
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