Há muitos anos que o vinho se destaca como protagonista em todo o mundo, revelando-se como uma expressão única entre o árduo trabalho humano e a natureza. Neste contexto, a principal figura portuguesa que contribuiu para o mundo dos vinhos emerge como um belo tesouro da nossa história. Neste artigo, convidamo-lo a embarcar numa viagem repleta de aromas e sabores!
O Marquês de Pombal, uma figura proeminente de Portugal no século XVIII, desempenhou um papel fundamental na história portuguesa, sobretudo após o devastador Terremoto de Lisboa, em 1755. Conhecido como Sebastião José de Carvalho e Melo, liderou não apenas a reconstrução da capital, mas também deixou um belo legado no panorama vitivinícola português. Ao assumir uma posição crucial num período desafiante para a vitivinicultura portuguesa, o Marquês de Pombal, na altura Primeiro Ministro, implementou uma série de medidas visionárias neste setor, com o objetivo de revitalizar a indústria e elevá-la para um patamar superior, tanto a nível nacional como internacional. Na altura, o Marquês de Pombal percebeu o potencial económico significativo do Vinho do Porto, como um vinho fortificado, e implementou regulamentações pioneiras para proteger a sua qualidade, guardando-o como um autêntico tesouro português.
Em 1756, demarcou a região do Douro, sendo a primeira região vitivinícola demarcada para a produção de vinhos do mundo. Esta ação precursora estabeleceu padrões de excelência que moldaram a produção do Vinho do Porto, consolidando-o como uma joia enológica. A região foi dividida e mapeada em zonas específicas para a produção, sendo uma delas destinada à produção de vinhos de ramo, conhecidos como vinhos domésticos, e a outra dedicada unicamente a vinhos de feitoria, de qualidade elevada e com potencial para exportação. Neste último caso, as zonas demarcadas para a produção deste tipo de vinhos eram marcadas com os conhecidos marcos pombalinos, fabricados a partir de granito e com a inscrição "feitoria". Até hoje, ocorreram diversas alterações na região do Douro, onde novas áreas foram demarcadas, distanciando-se do mapa original. De qualquer forma, os marcos pombalinos ainda estão identificados e distribuídos pela região, caracterizando o património histórico do Douro.
As curiosidades do mundo dos vinhos em Portugal revelam que o Marquês de Pombal desempenhou um papel-chave na criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, uma organização cujo principal objetivo era regulamentar e promover a produção vitivinícola na região. Esta iniciativa fortaleceu a indústria do vinho no país e contribuiu, acima de tudo, para a preservação das tradições vitivinícolas portuguesas.
Um legado Português
A visão de Pombal impulsionou a projeção do Vinho do Porto em todo o continente e no mundo. A criação da região demarcada do Douro e a garantia de qualidade conferiram ao vinho uma reputação distinta, tornando-o muito valorizado e prestigiado nas cortes reais entre os apreciadores de vinho.
Esta figura histórica, muito lembrada e querida pelos amantes de vinho, deixou um legado que transcende o tempo. A sua liderança durante a reconstrução pós-terremoto e a sua visão de modernizar o setor vitivinícola foram notáveis em todo o mundo. Além disso, contribuiu diretamente para que o Vinho do Porto consolidasse a sua reputação internacional até hoje prestigiada. Uma visão única, inovadora e determinada que redefiniu a história do vinho e elevou Portugal para o patamar que conhecemos nos dias de hoje.