As castas do Douro: Tinta Barroca

As castas do Douro: Tinta Barroca

Entre os belos socalcos do Douro, as vinham perdem-se no horizonte! É neste cenário que vive um dos diversos tesouros enológicos desta privilegiada região, a casta Tinta Barroca. Esta casta, de grande importância na produção dos vinhos portugueses, possui uma história rica, características aromáticas singulares e uma forte identidade ligada ao terroir duriense.

A Tinta Barroca é uma das castas mais cultivadas na região vitivinícola do Douro, ocupando grande parte das suas vinhas. A história desta casta remonta a tempos antigos da viticultura portuguesa, sendo reconhecida pela sua adaptabilidade e papel essencial na produção dos mundialmente conhecidos Vinhos do Porto.

Esta uva encontrou a sua casa no Douro, onde consegue as condições ideais nos solos drenados para prosperar com mestria. Com bagos médios e delicadamente compactos, a Tinta Barroca revela uma maturação precoce, o que se releva como uma vantagem em climas mais específicos, que sejam frescos e que apresentem altitude moderada ou até mesmo em terrenos mais elevados, especialmente quando são cultivadas mais ao norte. Por outro lado, esta casta também resiste a climas mais amenos, o que influencia a sua expressão aromática e a qualidade dos vinhos produzidos. A sua resistência às doenças e pragas tornou-a muito popular entre os produtores de vinho ao redor do país, sendo considerada uma casta de fácil cultivo e muito produtiva.

Os vinhos produzidos a partir da Tinta Barroca são conhecidos por exibir uma paleta de aromas distintos. Os seus vinhos são de qualidade e generosos, maioritariamente com boa concentração alcóolica e acidez média. A sua coloração tanto nos vinhos mais jovens como nos mais velhos mantem-se rubi, demonstrando forte personalidade e elegância. Os seus aromas apresentam notas florais e leves toque de frutos vermelhos, podendo apresentar algumas especiarias. Conhecida por estar presente nos Vinhos do Porto, esta casta é muito utilizada em blends, isto é, vinhos produzidos a partir de uma mistura de diferentes tipos de castas, cada uma com as suas particularidades, resultando em vinhos ricos e com uma diversidade de aromas.

A título de curiosidade, para além da Tinta Barroca prosperar na região do Douro, esta casta passou a desenvolver-se muito bem na África do Sul, trazida de Portugal no início do século XX, sendo muito utilizada em blends e até mesmo em vinhos varietais.

A nossa sugestão para vinhos com esta casta é o Pacheca Porto Pink, um Vinho do Porto vibrante e repleto de personalidade. Este vinho de cor rosada é produzido a partir das castas Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Nacional e Mourisco, exibindo uma intensa coloração e aromas frutados com notas de frutos vermelhos bem presentes, como cerejas e framboesas. Na boca, revela-se fresco, com uma ótima acidez e delicadas notas de cereja e toranja. Este Porto é ideal para ser consumido fresco e como aperitivo, além de ser ideal para cocktails nos dias mais quentes de verão!

Esta casta, como uma das uvas nobres do Douro, desempenha um papel vital na elaboração de diversos vinhos e os icónicos vinhos do Porto. Com a sua história, características sensoriais marcantes e adaptabilidade singular, a Tinta Barroca continua a encantar apreciadores de vinhos de todo o mundo, garantindo um lugar de destaque na paisagem vitivinícola nacional.

Continuar a ler

Essenciais para 2024: conheça a família de vinhos Caminhos Cruzados
Quem foi o Marquês de Pombal e qual a sua influência no Vinho do Porto?